sábado, julho 16, 2005

Livrarias e bibliotecas

Tenho uma relação estranha com bibliotecas. São locais que me fascinam mas que uso muito pouco. Em primeiro lugar porque gosto de RELER, não há prazer maior que pegar num livro de que gostei muito e saber de antemão que me vou deliciar no reencontro das personagens e situações. Em segundo lugar, porque tenho um preconceito segundo o qual as bibliotecas são centros de pesquisa que pouca literatura têm, e a que têm é literatura clássica e pesada demais para aquilo de que gosto. Em terceiro lugar, porque me habituei a ler os livros no original inglês e a recorrer às traduções apenas quando não tenho outra hipótese (tipo, se o original não for inglês), para fugir aos verdadeiros horrores de má tradução que já encontrei.

(espero que isto mude quando, finalmente, abrir a nova biblioteca aqui mesmo ao lado, que está em construção há sei lá quantos anos, isto, claro, se a dita abrir antes de eu mudar de casa...)

Posto isto, sou mais frequentadora de livrarias que de bibliotecas, embora ande a falhar na assiduidade, que o dinheiro não chega para tudo. Tempos houve em que fazia visitas quase diárias à saudosa Take a Book Break em Cascais, uma livraria de livros em segunda mão onde gastei imenso dinheiro em livros usados que de outra forma me teriam custado bem mais. Entretanto fecharam (pudera não, não estou bem a ver como faziam lucro, mas enfim...) e eu fiquei sem a minha fonte de leituras não dispendiosas. Só eu sei a falta que me faz. Claro que agora com a minha filhota o tempo para ler também é muito menos abundante, mas faz-se o que se pode :D

Gosto de ir à Fnac pelos preços e diversidade. Gosto da Griffin Bookshop em Almancil porque é vocacionada para estrangeiros e como tal tem uma variedade de livros no original que não se encontra em mais lado nenhum. Gosto da Galileu em Cascais porque é a coisa mais parecida com a Take a Book Break, embora de parecida tenha pouco... e gosto de alfarrabistas, nomeadamente do Alfarrabista Simões de Faro e do Martinho Livreiro Alfarrabista ao pé da Feira da Ladra, que em tempos me conheceram como aquela chata que quer livros da Odette de Saint-Maurice. E não tenho problemas nenhuns em comprar um livro num hipermercado se a diferença valer a pena. Mas lá que prefiro livrarias... não há dúvida.

4 comentários:

AnaBond disse...

Eu pensava que gostava de ler, mas ao pé de ti... pareço daquelas que lêm o 24 Horas ou a TV Guia...

Mas vou continuar a ler o que tens para dizer... gosto de boas ideias.

:)

a mãe dos miúdos disse...

fiquei tão feliz por me rever em alguém.
A única coisa que não gosto de fazer é de reler. E gosto de clássicos. Muito. Dos franceses. Dos ingleses. Dos russos. Ando à espera que a Presença acabe de editar a nova tradução, a partir do russo, do Guerra e Paz.

Enfim, tudo para dizer que adorei este canto e que quando montar a minha livraria te digo. Parece-me que vais gostar.

Um beijo

Cláudia disse...

Costumas ir à Feira da Ladra? Lá compram-se bons livros e a bom preço... (a ver se qualquer dia nos encontramos por lá... ;o)).
Quanto às bibliotecas, as novas de Lisboa estão muito interessantes: requisição via net, empréstimo por (salvo erro) 15 dias, parte ludoteca para os piquenos muito interessante e completa...
Beijinhos mimados, boas leituras e boas cartilhas ;o)

Karla disse...

Ana - por favor! :) Eu não sou minimamente erudita na leitura, palavra de honra... deixa-me levar este blog para a frente e logo verás :)

Sónia, eu acho que não conheço ninguém que goste de reler - a minha esquisitice começa aí ;) Quanto aos clássicos, bom... talvez seja preconceito. Tenho mesmo a sensação de que não tenho cabeça (leia-se erudição, cultura) para levar com os clássicos... mas também sei que não me vale a pena pegar num livro que não me apeteça imenso ler. Um destes dias vou acordar com uma vontade louca de ler o Guerra e Paz (ou os Os Miseráveis, ou qualquer coisa assim) e nessa altura aviso :D

Cláudia - nunca experimentei, mas deixaste-me com vontade de lá ir, confesso :D